KPP – quebrando barreiras do estigma – P3

KPP – quebrando barreiras do estigma – P3

Para além das capacitações em matérias de saúde, a UNIDOS recebeu apoio da equipa de mobilização comunitária, comunidade e comunicação na área de mobilização comunitária capacitando a equipa para a criação de demanda para a reintegração aos serviços de saúde tendo em conta as suas especificações.

Os estabelecimentos penitenciários (EP), por serem um ambiente fechado, constitui um meio favorável para a propagação tanto do HIV bem como da TB. Segundo a avaliação da Situação de HIV, ITS e Tuberculose e Necessidades de Saúde nos ambientes Penitenciários em Moçambique – 2013 – cerca de 14,5% da população do sexo masculino é usuário de drogas injectáveis, 31% envolveram-se em relações consensuais com outro recluso e 13,9% teve relações sexuais forçadas. A prevalência do HIV nas penitenciárias é de 24% e, em 2017, existiam aproximadamente 418 casos de tuberculose. Desde o ano de 2016 que a Fundação Ariel tem estado presente em 8 cadeias (4 MP Cadeia  Juvenil de Boane, Máxima segurança de Maputo, Central de Maputo e  Cadeia Feminina; 4 CD- cadeia de Mieze, Montepuez, BO e feminina) oferecendo um pacote de serviços de saúde de HIV e TB integrados aos cuidados de saúde primários. O Apoio as EP é prestado de acordo com o tipo de EP i.e com ou sem posto fixo de saúde. Os EP com posto fixo de saúde o pacote completo de cuidados e tratamento de HIV e TB é implementado e nas EP sem posto fixo as actividades são implementadas através de brigadas de saúde. Nas EP com posto fixo, A Ariel apoia com o recrutamento de RH com TMG, conselheiros, ESMI para reforçar a equipa de provedores de saúde. Nos EP são fornecidas formaçõesaos provedores clínicos e leigos ( conselheiros leigos, guardas prisionais e educadores de pares) na implementação da Testagem para HIV, APSS/PP, PPE, PrEP, VBG, SSR, inicio atempado do TARV,  seguimento dos reclusos em TARV, gestão de medicamentos, fluxo de recolha e envio de amostras de sangue para CV ao laboratório de referência e continuidade do TARV após soltura. A nível da TB, os serviços incluem educação dos guardas e reclusos, disponibilização da profilaxia, apoio no controle de infecção de TB, rastreio,  gestão de medicamentos anti-TB e apoiar na continuidade do tratamento e fluxo de colheita e envio de amostras e recepção dos resultados do exame bacteriológico de TB. Nas EP onde o apoio é efectuado através das brigadas de saúde o pacote completo de HIV e TB é garantido. Adicionalmente, Ariel apoia na realização dos comités TARV, supervisão conjunta entre  a SDSMAS, SERNAP e Ariel, reabilitação das EP e laboratório de BO de Maputo província, apoio com material bio-médico e de escritório nas EP, material de registo do programa de HIV e TB, apoio pela equipa de M&E na elaboração dos relatórios mensais e análise na análise de dados . Ao Nível da SERNAP, Ariel faz parte do grupo técnico de parceiros que apoiam as EP e teve uma participação activa no desenvolvimento do pacote de serviços para os serviços penitenciários e participação nos encontros dos grupos técnicos organizados pela SERNAP em coordenação com CDC e MISAU.   Desde Janeiro de 2018 até o Dezembro de 2021, a Fundação Ariel, nas duas províncias, já testou 5820 prisioneiros, dos quais 638 testaram positivo para o HIV e 498 iniciaram o TARV, com uma taxa de retenção do Q4 2021  em MP aos 6 e 12 meses foi de 100% e 70%, e, em Cabo Delgado a retenção aos 6 e 12 meses 53 e 56%, respetivamente. Devido ao contexto do conflito armado em Cabo Delgado, existe uma constante movimentação de reclusos entre as prisões.